O roteirista, dramaturgo e diretor inglês Edmund Goulding iniciou sua carreira escrevendo para teatro em 1916. Nesse período lutou na Primeira Guerra Mundial e acabou tendo baixa do pelotão por conta de ferimentos em combate. Retomou então o trabalho nos palcos e em 1921 migrou para Hollywood, onde em pouco tempo estava dirigindo também. Travessuras de Casados foi um dos últimos filmes que dirigiu. Com roteiro de Nunnally Johnson, com base na adaptação que Dwight Taylor fez de uma história criada por Gina Kaus e Jay Dratler, tudo gira em torno de um curioso contratempo. Melvin Bush (Victor Moore), acabou de ser nomeado juiz de paz e na véspera do Natal é procurado por cinco casais que se casam naquele dia. Porém, um detalhe escapa aos envolvidos: oficialmente a nomeação só valerá a partir do dia primeiro de janeiro, ou seja, uma semana depois da realização dos casamentos. E isso vem à tona quando dois anos depois um dos casais pede o divórcio. Dá para imaginar a revolução que isso causa na vida dos demais. Marilyn Monroe é uma das noivas "ilegais", digamos assim. E tem aqui mais tempo de cena do que teve nos seus filmes anteriores. As situações apresentadas possuem uma graça natural decorrente da "novidade". E é justamente daí que Goulding tira o humor de seu filme. Alguns casais funcionam muito bem. Outros nem tanto. Mas é bem divertido.
TRAVESSURAS DE CASADOS (We're Not Married - EUA 1952). Direção: Edmund Goulding. Elenco: Ginger Rogers, Marilyn Monroe, Paul Douglas, David Wayne, Fred Allen, Victor Moore, Zsa-Zsa Gabor e Eve Arden. Duração: 86 minutos. Distribuição: Fox.