O cineasta F.W. Murnau foi um dos grandes mestres do expressionismo alemão e dirigiu obras fundamentais do Cinema, como Nosferatu, A Última Gargalhada, Fausto e Aurora, seu primeiro filme fora da Alemanha. Considerado o maior nome do cinema mudo, teve uma produção pequena, por conta de sua morte prematura, vítima de acidente de carro. Tabu, de 1931, feito nos Estados Unidos, foi seu último trabalho e resultou da parceria entre ele e Robert Flaherty, pioneiro do documentário e diretor de Nanook do Norte, feito em 1922. Os dois escreveram o roteiro deste belo filme que conta a história de Reri (Anne Chevalier) e de seu grande amor (Matahi). Eles querem ficar juntos, porém, o chefe da tribo a declara como virgem sagrada. Isso faz com que o casal tenha que lutar contra a antiga tradição de seu povo. Dividido em dois capítulos, Paraíso e Paraíso Perdido, o filme foi rodado nas ilhas da Polinésia e nos reserva imagens belíssimas. Tão belas que foram premiadas com o Oscar de fotografia. Inicialmente, Tabu, que no original tem o subtítulo de Uma História dos Mares do Sul, seria dirigido por Murnau e Flaherty. No entanto, não foi isso o que aconteceu. Murnau, que também era o produtor, terminou controlando tudo. Flaherty não se opôs, afinal, o dinheiro investido não era dele, apesar de a produtora levar o nome dos dois. Foi uma aposta arriscada, já que se tratava de uma produção feita fora dos grandes estúdios da época. Mas o público respondeu bem nas bilheterias.
TABU (Tabu: A Story of the South Seas – EUA 1931). Direção: F.W. Murnau. Elenco: Matahi, Anne Chevalier, Bill Bambridge e Hitu. Duração: 91 minutos. Distribuição: Magnus Opus.