A transição de um ator da TV para o cinema não costuma ser fácil. O caso de George Clooney é um dos poucos exemplos de transição bem sucedida. Ele vinha de um grande sucesso na televisão no papel do Dr. Ross, na série Plantão Médico, quando migrou para a telona. Clooney escolheu muito bem os papéis que lhe ofereceram e soube aliar sua "persona" cinematográfica a uma postura politicamente engajada. Syriana: A Indústria do Petróleo, escrito e dirigido por Stephen Gaghan, a partir dos relatos de Robert Baer, vivido no filme por Clooney, que ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante por este papel. Durante 21 anos ele trabalhou para a CIA na investigação de terroristas ao redor do mundo. Baer percebe que, curiosamente, à medida que as ações de terror aumentam, o governo faz "vista grossa" em prol de uma politicagem cada vez mais perigosa. Syriana não é um filme fácil. Sua trama intricada, seus muitos diálogos e personagens podem assustar quem se aventurar a vê-lo esperando ação e correria. O foco aqui é outro. É mais cerebral, palpável, bem realista. E justamente por isso, bem angustiante.
SYRIANA: A INDÚSTRIA DO PETRÓLEO (Syriana - EUA 2005). Direção: Stephen Gaghan. Elenco: George Clooney, Matt Damon, Jeffrey Wright, Chris Cooper, William Hurt, Tim Blake Nelson, Amanda Peet e Christopher Plummer. Duração: 128 minutos. Distribuição: Warner.