O cinema do italiano Dario Argento não é nada convencional. Principalmente, seus filmes de terror. E Suspiria, de 1977, feito logo após Prelúdio Para Matar, é considerado sua obra-prima. O roteiro, escrito por ele próprio junto com Daria Nicolodi, não prima pela originalidade. Acompanhamos aqui a história de Suzy (Jessica Harper), uma jovem americana que viaja para estudar dança em uma escola alemã. Lá acontece uma série de mortes que revelam a ela a verdade sobre aquele lugar. Como se vê, a trama não nada de tão novo assim. Mas não é isso o que importa de verdade. Suspiria é a primeira parte daquela que ficou conhecida como A Trilogia das Mães Bruxas. Três anos depois Argento dirigiria a parte 2, A Mansão do Inferno, e em 2007, a parte final, A Mãe das Lágrimas. Visualmente inspirado por Mario Bava, outro grande mestre o horror italiano, Argento explora em Suspiria uma narrativa extravagante e inusitada. Mais uma vez, a exemplo do que havia feito em Prelúdio Para Matar, o diretor faz um uso dos mais inspirados da cor vermelha e conta uma trilha sonora extremamente original composta pelo grupo Goblin, de rock progressivo. O clima surreal que o diretor impõe na condução do filme torna a experiência de vê-lo fascinante e assustadora ao mesmo tempo. Suspiria é aquele tipo de obra que permanece com a gente e não se esgota após o acender das luzes. Muito pelo contrário.
SUSPIRIA (Suspiria - Itália 1977). Direção: Dario Argento. Elenco: Jessica Harper, Stefania Casini, Flavio Bucci, Miguel Bosé, Barbara Magnolfi, Udo Kier, Rudolf Schündler, Alida Valli e Joan Bennet. Duração: 99 minutos. Distribuição: Versátil/Cultura.