O dia 15 de janeiro de 2009 entrou para a história da aviação e modificou por completo a vida do piloto americano Chesley Sullenberger. Naquele dia frio de inverno ele pousou um avião com 155 pessoas à bordo em pleno rio Hudson, na cidade de Nova York. Quando isso aconteceu e foi noticiado mundialmente, era mais do que certo que aquele ato heroico viraria livro e filme. E foi justamente isso o que aconteceu. Primeiro veio o livro, escrito pelo próprio piloto, junto com Jeffrey Zaslow e publicado em 2016. E pouco tempo depois, com roteiro adaptado por Todd Komarnicki, o cineasta Clint Eastwood dirigiu o filme Sully: O Herói do Rio Hudson. Eastwood, talvez o último diretor da narrativa clássica hollywoodiana, realiza aqui, como de costume em sua filmografia, uma obra singular. Mesmo nos contando uma história já bem conhecida, ele consegue estabelecer um clima de suspense contínuo. Sem contar que o faz em enxutos 96 minutos. À frente do elenco, Tom Hanks, em interpretação inspirada. Mais uma vez, Eastwood se faz valer de um tema que é recorrente em sua carreira, seja como ator, produtor ou diretor: o fator humano. É justamente isso que tira a história de Sully da trivialidade. E ninguém melhor do que Clint Eastwood para contá-la.
SULLY: O HERÓI DO RIO HUDSON (Sully - EUA 2016). Direção: Clint Eastwood. Elenco: Tom Hanks, Aaron Eckhart, Valerie Mahaffey, Mike O'Malley, Jamey Sheridan, Anna Gunn, Hold McCallany, Ahmed Lucan e Laura Linney. Duração: 96 minutos. Distribuição: Warner.