O cineasta alemão Fritz Lang migrou para os Estados Unidos no início dos anos 1930. Lá viveu e trabalhou por mais de 20 anos. Lang foi um dos mestres do movimento expressionista de seu país natal. E esse olhar diferenciado caiu como uma luva para os muitos filmes noir que dirigiu em Hollywood. Só a Mulher Peca, de 1952, é apenas mais um deles. E dos bons como de costume. O roteiro de Alfred Hayes, baseado na peça de Clifford Odets, conta a história de Mae Doyle (Barbara Stanwyck) e seu retorno à pequena vila de pescadores onde nasceu. Já a partir da primeira cena é perceptível o clima de tragédia que se estabelece. Ela vai morar com o irmão Joe (Keith Andes), que namora a estonteante Peggy (Marilyn Monroe). Rapidamente, Mae se casa com Jerry (Paul Douglas) e arranja um amante, Earl (Robert Ryan), que é casado. Como eu disse, existe um clima de tragédia no ar e Lang não foge dele um segundo sequer. Muito pelo contrário. Afinal, juntar Barbara Stanwyck e Marilyn Monroe em um mesmo filme não é para qualquer diretor. Em uma palavra: explosivo.
SÓ A MULHER PECA (Clash by Night - EUA 1952). Direção: Fritz Lang. Elenco: Barbara Stanwyck, Keith Andes, Paul Douglas, Silvio Minciotti, Robert Ryan, Marilyn Monroe e J. Carrol Naish. Duração: 105 minutos. Distribuição: Silver Screen.