Nós, aqui no Ocidente, achamos Akira Kurosawa o mais japonês dos cineastas da Terra do Sol Nascente. O curioso é que os conterrâneos dele pensam bem diferente. Para eles, Kurosawa é "ocidental" demais. A verdade é que o diretor mais festejado do Japão tinha duas grandes paixões: os filmes de faroeste e as peças de Shakespeare. Quando ele escreveu e dirigiu Os Sete Samurais, em 1954, sua principal inspiração veio dos filmes de John Ford. Ele simplesmente transportou uma típica história do Velho Oeste para o Japão feudal. Este foi o filme que tornou Kurosawa um nome conhecido em todo o mundo. Seis anos depois, Hollywood fez o caminho de volta e transportou Os Sete Samurais para o Velho Oeste em Sete Homens e Um Destino. Com roteiro de William Roberts e direção do experiente John Sturges, a versão americana segue exatamente a mesma linha narrativa do original japonês. Um pequeno vilarejo mexicano é constantemente aterrorizado pelo criminoso Calvera (Eli Wallach). A situação fica insustentável. A única saída é enfrentar a ameaça na mesma moeda. Eles contratam um grupo de pistoleiros, sete ao todo, liderado pelo misterioso Chris (Yul Brynner). Sete Homens e Um Destino segue a linha clássica do faroeste americano e não decepciona. Esta história teve uma continuação, com novo elenco, A Fúria dos Sete Homens, realizada em 1972 por George McCowan. E uma refilmagem, em 2016, dirigida por Antoine Fuqua. Sem esquecer da série de TV, feita em 1998 e que ficou no ar por duas temporadas com um total de 22 episódios. Além disso, serviu de inspiração para a animação da Pixar, Vida de Inseto, também de 1998.
SETE HOMENS E UM DESTINO (The Magnificent Seven - EUA 1960). Direção: John Sturges. Elenco: Yul Brynner, Eli Wallach, Steve McQueen, Charles Bronson, James Coburn, Robert Vaughn, Brad Dexter e Horst Buchholz. Duração: 128 minutos. Distribuição: MGM/Fox.