Terceiro longa do americano Barry Jenkins, Se a Rua Beale Falasse gerou muita expectativa. Seria a obra seguinte ao aclamado Moonlight, vencedor do Oscar de melhor filme de 2016, e uma adaptação, feita pelo próprio Jenkins, do célebre romance de James Baldwin. A história gira em torno de Tish (Kiki Layne), uma jovem grávida que vive no Harlem e luta para tirar seu namorado Alonzo (Stephan James) da cadeia, onde foi injustamente preso por um crime que não cometeu. Apesar de não precisar a época em a trama se desenrola, o clima percebido é dos anos 1970. A questão racial e seus preconceitos se faz presente outra vez, como nas obras anteriores do diretor. Jenkins filma com sua costumeira elegância, apesar de "pesar a mão” em alguns momentos. Cuidando da fotografia, o mesmo James Laxton, colega seu de faculdade e que fotografou todos os trabalhos de Jenkins e que repete aqui a mesma excelência no uso das cores. Excelente diretor de atores que é, ele extrai desempenhos memoráveis do elenco. Em especial, de Kiki Layne e de Regina King, que vive a mãe de Tish e ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante por esse papel.
SE A RUA BEALE FALASSE (If Beale Street Could Talk – EUA 2018). Direção: Barry Jenkins. Elenco: Kiki Layne, Stephan James, Regina King, Colman Domingo, Teyonah Parris, Michael Beach, Aunjanue Ellis e Diego Luna. Duração: 119 minutos. Distribuição: Sony.