O francês Claude Lelouch iniciou sua carreira na segunda metade dos anos 1950. No mesmo período, surgia em seu país um dos movimentos de maior influência na história do cinema mundial: a Nouvelle Vague. Lelouch não fez parte do movimento. Seus primeiros trabalhos foram documentários e depois, ele passou a mesclá-los com longas de ficção. Em 1966, quando realizou Um Homem, Uma Mulher, Lelouch ganhou fama mundial. Porém, é com Retratos da Vida, de 1981, que ele será sempre lembrado. O roteiro, do próprio diretor, tem início na Segunda Guerra Mundial e segue pelas décadas seguintes, contando a história de quatro famílias de quatro países diferentes: França, Alemanha, Rússia e Estados Unidos. Assumidamente melodramático, Retratos da Vida tem como elo de ligação a música e dança. No caso, o clássico Bolero, título que o filme recebeu nos Estados Unidos, obra mais conhecida do compositor Maurice Ravel. Aqui, ela vem aliada a uma marcante coreografia de Maurice Béjart. Em especial, a fabulosa sequencia que se passa na frente da Torre Eiffel. Lelouch dirige um elenco quilométrico e multinacional e o faz permitindo que cada um tenho seu momento de glória. Em resumo: trata-se daquele tipo de filme ou história que os americanos costumam chamar de "maiores que a vida".
RETRATOS DA VIDA (Les Uns et Les Autres – França 1981). Direção: Claude Lelouch. Elenco: Robert Hossein, Nicole Garcia, Geraldine Chaplin, Jacques Villeret, Fanny Ardant, Evelyne Bouix, Richard Bohringer e James Caan. Duração: 168 minutos. Distribuição: Classicline.