O americano Robert Redford trabalha como ator desde 1960. Ganhou o Oscar de direção por Gente Como a Gente, sua estreia atrás das câmaras, em 1980. No ano seguinte criou o Instituto Sundance para estimular a produção de filmes independentes e, finalmente, em 1988, lança seu segundo longa como diretor, Rebelião em Milagro. Ao longo de sua carreira, Redford procurou sempre aliar seus trabalhos às suas causas de defesa, seja na área ecológica ou social. O livro de John Nichols, adaptado por ele próprio, junto com David Ward, defende questões caras ao ator/diretor/produtor. Tudo acontece na pequena cidade de Milagro, no Estado do Novo México. É lá que Ladd Devine (Richard Bradford) quer erguer um grande empreendimento. No entanto, a ativista Ruby Archuleta (Sônia Braga), com o apoio de Charlie Bloom (John Heard), que edita o jornal local, inicia uma campanha contra a obra e mobiliza a população sobre temas como a água e as tradições da região. Redford abraça aqui o realismo fantástico, algo tão comum na literatura latino-americana, porém, na época, muito pouco usado no cinema feito em Hollywood. E tudo funciona muito bem nessa fábula, ainda mais tendo como ao fundo a belíssima trilha sonora composta por Dave Grusin e premiada com o Oscar da categoria. Mas, infelizmente, o filme não encontrou seu público quando chegou às telas. Historicamente, filmes com temática ecológica não costumam fazer bonito nas bilheterias. Uma pena.
REBELIÃO EM MILAGRO (The Milagro Beanfield War - EUA 1988). Direção: Robert Redford. Elenco: Rubén Blades, Sônia Braga, Richard Bradford, Julie Carmen, Melanie Griffith, James Gammon, Christopher Walken e John Heard. Duração: 117 minutos. Distribuição: Universal.