O diretor taiwanês Ang Lee, depois que ganhou seu segundo Oscar por As Aventuras de Pi, de 2012, experimentou uma nova tecnologia utilizando câmeras que filmavam 120 quadros por segundo. O padrão da indústria é 24 quadros por segundo. O que isso significa? Simples, uma imagem extremamente realista. Primeiro, em A Longa Caminhada de Billy Lynn, de 2016, e depois, em 2019, neste Projeto Gemini. A chamada do filme afirmava que: "você precisa ver para acreditar”. Bem, o resultado não foi assim... uma Brastemp. Com roteiro de David Benioff, Billy Ray e Darren Lemke, a produção circulava pelos estúdios desde os anos 1990. A história gira em torno de Henry Brogan (Will Smith), considerado o melhor assassino profissional do mundo. Decidido a se aposentar, ele guarda muitos segredos e se depara com um outro assassino tão bom quanto ele. Isso faz todo o sentido, afinal, trata-se de uma versão mais jovem dele mesmo. Cabe alertar que essa informação não é spoiler. Os materiais de divulgação escacaram a premissa da trama. Lee é um excelente diretor, porém, precisa dar um tempo dos filmes de ação e voltar para seus dramas intimistas. Projeto Gemini, apesar de tecnicamente impecável e forte senso de realismo causado pelos 120 quadros por segundo, carece do mais importante em qualquer filme: um bom roteiro. Não é, infelizmente, o que temos aqui.
PROJETO GEMINI (Gemini Man – EUA 2019). Direção: Ang Lee. Elenco: Will Smith, Mary Elizabeth Winstead, Clive Owen, Benedict Wong, Douglas Hodge, Ralph Brown, Linda Emond, Ilia Volok e E.J. Bonilla. Duração: 117 minutos. Distribuição: Paramount.