Quando a Disney lançou a versão animada de A Bela e a Fera, em 1991, um novo perfil de "princesa" foi traçado. Quatro anos depois essa mudança evoluiu mais um pouco com Pocahontas: O Encontro de Dois Mundos. A direção de Mike Gabriel e Eric Goldberg nos leva por uma história escrita por Carl Binder, Susannah Grant e Philip La Zebnik a partir de, ou melhor dizendo, levemente inspirada no encontro da jovem índia americana com o capitão inglês John Smith. Na verdade, os dois nunca se envolveram romanticamente. Há relatos de que ela, então com 12 anos, teria pedido a seu pai, o chefe da tribo Powhatan, que não matasse Smith. A Disney conta algo bem diferente aqui. O que já era esperado. Não é de hoje que histórias são modificadas para se adequarem ao padrão do estúdio. E isso não diminui a beleza do desenho, apesar de ele não ter o apelo de outras animações com o mesmo selo. Pocahontas foi a primeira produção animada da Disney a ter por base uma história real, por mais liberdades que tenha tomado e isso dividiu opiniões na época. No entanto, a sempre necessária mensagem de tolerância em relação ao diferente está presente e é bastante sólida. E ainda ganhou dois Oscar da Academia: melhor canção para Colors of the Wind, com música de Stephen Schwartz e letra de Alan Menken, bem como melhor trilha sonora original para musical ou comédia.
POCAHONTAS: O ENCONTRO DE DOIS MUNDOS (Pocahontas – EUA 1995). Direção: Mike Gabriel e Eric Goldberg. Animação. Duração: 81 minutos. Distribuição: Buena Vista.