O dinamarquês Bille August sempre alternou sua carreira entre a televisão e o cinema. Algo comum nos países escandinavos. Basta ver o exemplo do sueco Ingmar Bergman, que sempre trabalhou, sem reserva alguma, no teatro, no cinema e na televisão. August adaptou, junto com Per Olov Enquist e Bjarne Reuter o romance Pelle, o Conquistador, de Martin Andersen Nexo, que conta uma história que se passa na segunda metade do século XIX. Lasse (Max von Sydow) e seu filho Pelle (Pelle Hvenegaard) migram da Suécia para a Dinamarca em busca de uma vida melhor. No entanto, o que encontram é bem diferente do que almejavam. Pelle, o Conquistador nos leva para pesada trajetória desse pai e seu filho em uma terra estrangeira. O filme conquistou o mundo e um sueco, em particular. Bergman o vi sete vezes e gostou tanto do filme que confiou o roteiro autobiográfico de As Melhores Intenções a August, que veio a dirigi-lo cinco anos depois. Aquele período foi bastante especial para o cinema dinamarquês. Pelle, o Conquistador repetiu o ocorrido no ano anterior e da mesma forma que A Festa de Babette, de Gabriel Axel, ganhou também o Oscar de melhor filme estrangeiro, bem como a Palma de Ouro em Cannes.
PELLE, O CONQUISTADOR (Pelle Erobreren – Dinamarca 1987). Direção: Bille August. Elenco: Max von Sydow, Pelle Hvenegaard, Erik Paaske, Björn Granath, Sofie Grabel, Lars Simonsen, Astrid Villaume, Axel Strobye e Troels Asmussen. Duração: minutos. Distribuição: Spectra Nova.