Nascido na Sicília, Frank Capra imigrou com sua família para os Estados Unidos quando tinha seis anos de idade, no início do século XX. O envolvimento com o cinema teve início em 1921 e, ao longo dos anos 1930 ele se tornou o grande nome da Columbia Pictures. Sua carreira entrou em declínio na segunda metade da década de 1940, após o fracasso comercial de A Felicidade Não Se Compra. Convém esclarecer que o talento de Capra nunca decaiu. Mesmo nos filmes que ele dirigiu nos anos seguintes, por força de contratos, sua estrela continuou a brilhar. Como neste Os Viúvos Também Sonham, de 1959, seu penúltimo longa, após um hiato de oito anos sem filmar. O roteiro de Arnold Schulman, adaptado de sua própria peça teatral, nos apresenta Tony Manetta (Frank Sinatra). Ele é dono de um hotel em Miami e está à beira da falência completa. E a culpa é dele mesmo, já que nunca foi responsável o suficiente para administrar o negócio. Viúvo e pai de Ally (Eddie Hodges), um garoto de 12 anos, bem mais ajuizado que ele, Tony recorre a Mario (Edward G. Robinson), seu irmão, para ajudá-lo em um empreendimento. Porém, algumas condições são impostas. Esta obra não foge à tradição humanista de Capra. Quem conhece a filmografia do diretor sabe do seu apreço pelo valor do indivíduo e sua integridade. E com Sinatra à frente do elenco, não poderia faltar uma canção, no caso, High Hopes, composta por Jimmy Van Heusen (música) e Sammy Cahn (letra) e vencedora do Oscar da categoria.
OS VIÚVOS TAMBÉM SONHAM (A Hole in the Head – EUA 1959). Direção: Frank Capra. Elenco: Frank Sinatra, Edward G. Robinson, Eleanor Parker, Carolyn Jones, Thelma Ritter, Keenan Wynn e Eddie Hodges. Duração: 120 minutos. Distribuição: MGM/UA.