Existem histórias tão fantásticas que, apesar de reais, são difíceis de acreditar. Uma delas foi relatada no livro O Diabólico Trabalho: O Trabalho de Dinheiro Falso do Campo de Concentração de Sachsenhausen, escrito por Adolf Burger. O cineasta austríaco Stefan Ruzowitzky adaptou a obra para cinema e dirigiu o filme Os Falsários, vencedor em 2008 do Oscar de melhor filme estrangeiro. A ação se passa no ano de 1944. o judeu Salomon Sorowitsch (Karl Markovics), após ser preso pelos nazistas aceita ajudá-los na falsificação de dinheiro dos países aliados. A intenção de Hitler era prejudicar a economia dos inimigos com um derrame de notas falsas. O curioso aqui é a postura do oficial Friedrich Herzog (Devid Strisow), que se preocupa mais com questões pessoais do que com o ideal do Reich. O mais comum é vermos a força do coletivo se sobrepor ao indivíduo. O mesmo vale para os judeus selecionados para o trabalho, que recebem tratamento diferenciado na prisão. A abordagem contemporânea pode até fazer crer que as coisas talvez não tenham sido exatamente daquele jeito. No entanto, isso não tira em nada o impacto do questionamento ético que toda guerra provoca. No final, como já dito em muitos outros filmes que trataram de temas semelhantes, o mais importante mesmo é sobreviver.
OS FALSÁRIOS (Die Fälscher - 2007). Direção: Stefan Ruzowitzky. Elenco: Karl Markovics, August Diehl, Devid Striesow, Marie Bäumer, Sebastian Urzendowsky, Dolores Chaplin, Tilo Prückner e Arndt Schwering-Sohnrey. Duração: 98 minutos. Distribuição: Europa Filmes.