Hamlet é uma das mais conhecidas tragédias de William Shakespeare e, além das inúmeras encenações que já teve ao longo dos últimos quatro séculos nos palcos do mundo, ganhou também adaptações cinematográficas. Porém, existe um grupo pequeno de histórias que se apropriou da famosa saga do príncipe dinamarquês para contar sua tragédia a partir de outro ponto de vista. Primeiro, em 1990, o dramaturgo inglês Tom Stoppard adaptou sua peça Rosencrantz e Guildenstern Estão Mortos para o cinema tendo dois personagens secundários à frente da narrativa. Em 2018, a partir de um roteiro de Semi Chellas, por sua vez baseado no romance de Lisa Klein, a diretora australiana Claire McCarthy realizou Ofélia. Ela, o grande amor de Hamlet, vivida aqui pela atriz Daisy Ridley, é a narradora desse outro lado da conhecida história. Esse tipo de exercício que nos conta algo conhecido de uma outra maneira é sempre curioso e não deixa de ser interessante perceber a riqueza de personagens que, originalmente, não são protagonistas, mas que revelam essa característica quando vistos de outra maneira.
OFÉLIA (Ophelia – Inglaterra 2018). Direção: Claire McCarthy. Elenco: Daisy Ridley, George MacKay, Naomi Watts, Clive Owen, Tom Felton e Devon Terrell. Duração: 106 minutos. Distribuição: IFC Films.