O poeta, escritor e dramaturgo britânico Oscar Wilde escreveu algumas peças, muitos poemas e apenas um romance, O Retrato de Dorian Gray, publicado em 1891. No entanto, esta única obra tornou-se icônica e teve sua primeira versão cinematográfica escrita e dirigida, em 1945, por Albert Lewin. A trama gira em torno do jovem Dorian Gray (Hurd Hartfield), que vive na Londres fútil do final do século XIX. Certo dia, um amigo artista pinta um quadro seu onde é destacada sua beleza e juventude. Dorian gosta tanto da pintura e declara que daria a própria alma para permanecer com aquele visual para sempre. A partir daí, com o passar dos anos, o quadro vai ficando cada vez mais horroroso e seu dono se mantém belo e jovem. O Retrato de Dorian Gray é fiel ao material original e funciona muito bem em terreno perigoso ao misturar elementos de crítica social com pitadas de terror, suspense e homoerotismo. Lewin conduz sua narrativa com requinte e até um pouco de ostentação, o que combina com a proposta da trama. A impressionante fotografia em preto e branco, premiada com o Oscar da categoria, é alterada para o technicolor nas cenas em que o quadro aparece. O que reforça ainda mais o clima fantástico da história. Com perdão do trocadilho, o filme resistiu muito bem à passagem do tempo.
O RETRATO DE DORIAN GRAY (The Picture of Dorian Gray - EUA 1945). Direção: Albert Lewin. Elenco: George Sanders, Angela Lansbury, Donna Reed, Peter Lawford, Morton Lowry, Lowell Gilmore, Miles Mander e Hurd Hatfield. Duração: 110 minutos. Distribuição: MGM.