Quando a escritora irlandesa Emma Donoghue escreveu o romance O Quarto de Jack, em 2010, ela acreditava tanto no potencial da história para virar um filme que ela própria o adaptou como roteiro. O diretor Lenny Abrahamson, também nascido na Irlanda, terminou se envolvendo com o projeto e o filme foi feito. O Quarto de Jack, segundo sua autora, não se baseia em nenhum caso real específico. A estrutura narrativa é toda construída a partir do ponto de vista do pequeno Jack, interpretado de maneira assombrosa (na falta de um adjetivo mais apropriado), pelo menino Jacob Tremblay. Na mesma medida, a atriz que vive sua mãe, Brie Larson, ganhadora de diversos prêmios de atuação, não fica atrás. É difícil falar sobre O Quarto de Jack sem pisar em ovos. É aquele tipo de filme que quanto menos você souber sobre a trama, melhor. Abrahamson trabalhou seu filme como um suspense dramático. E o fez com muita eficiência. Desde a primeira cena ele cria no espectador uma crescente expectativa sobre o que realmente está acontecendo naquele lugar que dá título ao filme. Para que isso funcionasse, era preciso um entrosamento perfeito entre mãe e filho. Além, é claro, de uma perfeita composição de cenário. E tudo, absolutamente tudo, funciona a favor da história em O Quarto de Jack.
O QUARTO DE JACK (Room - Irlanda/Canadá/EUA 2015). Direção: Lenny Abrahamson. Elenco: Brie Larson, Jacob Tremblay, Joan Allen, Wendy Crewson, Sean Bridgers, Matt Gordon, Cas Anvar e William H. Macy. Duração: 118 minutos. Distribuição: Universal.