A história de Joana D’Arc, santa padroeira da França, já foi contada inúmeras vezes no cinema. Existem três versões famosas. A primeira delas, A Paixão de Joana D’Arc, foi dirigida na França, em 1928, pelo dinamarquês Carl Theodor Dreyer. Quase três décadas depois, tivemos Joana D’Arc, com Ingrid Bergman, em 1954, sob a direção do italiano Robert Rossellini. E este O Processo de Joana D’Arc, escrito e dirigido pelo francês Robert Bresson, em 1962. O roteiro usou como base as transcrições do julgamento da guerreira francesa. Bresson, rigoroso em sua narrativa, reconstrói com precisão o período compreendido entre a prisão, julgamento e execução de Joana D’Arc (Florence Delay). Fiel ao seu estilo, o diretor nos envolve com um fortíssimo senso de realismo. Adepto do movimento neorrealista italiana, Bresson dirige aqui um elenco composto por poucos atores profissionais e extrai de Florence Delay um desempenho dos mais comoventes. O Processo de Joana D’Arc faz jus à grandeza de espírito desta importante mulher que, não por acaso, virou santa em seu país natal.
O PROCESSO DE JOANA D’ARC (Procès de Jeanne D’Arc – França 1962). Direção: Robert Bresson. Elenco: Florence Delay, Jean-Claude Fourneau, Marc Jacquier, Roger Honorat, Jean Gillibert, André Régnier e Michel Herubel. Duração: 65 minutos. Distribuição: Versátil.