O escritor britânico H.G. Wells publicou O Homem Invisível em 1897. Desde então, a obra vem conquistando fãs e ganhou sua primeira grande versão para o cinema em 1933, sob a direção de James Whale. Depois dela, muitas outras versões foram feitas, tanto para a telona como para telinha. Até que em 2017 a Universal decidiu criar um "universo expandido” onde todos os seus monstros clássicos existiriam em histórias interligadas. Veio então A Múmia, estrelado por Tom Cruise, um filme caro, confuso e que não agradou ninguém. Isso fez com que o estúdio desistisse da "expansão” e voltasse ao básico. Esta nova versão de O Homem Invisível, escrita e dirigida por Leigh Whannell, é a resposta. Temos aqui não apenas o resgaste da premissa original, como também a atualização da história dentro de um contexto bem contemporâneo. A trama gira em torno de Cecilia (Elisabeth Moss, simplesmente assombrosa no papel), uma mulher que foge do marido abusivo e descobre, pouco tempo depois, que ele teria morrido. No entanto, o abuso continua, uma vez que ela tem certeza de que o ex continua a atormentá-la. Porém, ninguém consegue vê-lo. Essa analogia entre relacionamentos abusivos e invisibilidade é, infelizmente, algo bastante comum vivido por mulheres que enfrentam esse tipo de situação. Se o filme de Whannell se limitasse apenas a isso, já seria um grande filme. Mas ele consegue ir mais longe e funciona perfeitamente como um ótimo suspense com pitadas de terror. Em tempo: com um custo de sete milhões de dólares e um faturamento global nas bilheterias de quase 130 milhões, ficou provado mais uma vez que "menos é mais”.
O HOMEM INVISÍVEL (The Invisible Man – EUA 2020). Direção: Leigh Whannell. Elenco: Elisabeth Moss, Oliver Jackson-Cohen, Harriet Dyer, Aldis Hodge, Storm Reid, Michael Dorman e Renee Lim. Duração: 125 minutos. Distribuição: Universal.