Em quase 60 anos de carreira, o cineasta britânico Lewis Gilbert provou ser bastante versátil ao dirigir filmes dos mais diferentes gêneros. Entre eles, três aventuras do agente 007. Mas tinha predileção pelas comédias e dramas. E em O Despertar de Rita, que ele dirigiu em 1983, esses dois gêneros se equilibram magistralmente. O roteiro de Willy Russell, baseado em sua própria peça, gira em torno de Susan White (Julie Walters), uma cabeleireira de 26 anos que gosta de ser chamada de Rita. Ela quer se formar e tem Frank Bryant (Michael Caine) como seu orientador. Como se já não bastassem os problemas pessoais de Bryant, ela também enfrenta o ciúme de Denny (Michael Williams), seu marido, além do fato de ele não gostar de ver a esposa crescendo intelectualmente. Caine já era um ator experiente e Walters estreava como atriz de cinema. Isso, seguramente, contribuiu para o desempenho impecável deles em cena. Caine disse inúmeras vezes que este é o papel que ele tem mais orgulho de ter feito. Grande sucesso de público, O Despertar de Rita ganhou muitos prêmios na Inglaterra e recebeu três indicações ao Oscar (roteiro adaptado, atriz coadjuvante e ator). Mas, não levou nenhuma. Em tempo: apesar dos inúmeros papéis que interpretou tanto no cinema como na televisão, Julie Walters é mais lembrada hoje como a mãe dos Weasley, na franquia Harry Potter, como a professora de balé de Billy Elliot ou ainda como uma das amigas de Meryl Streep em Mamma Mia.
O DESPERTAR DE RITA (Educating Rita – Inglaterra 1983). Direção: Lewis Gilbert. Elenco: Michael Caine, Julie Walters, Michael Williams, Maureen Lipman, Jeananne Crowley, Malcolm Douglas, Godfrey Quigley e Dearbhla Molloy. Duração: 110 minutos. Distribuição: Columbia.