O cineasta americano Clint Eastwood, próximo de completar 90 anos, continua em atividade constante e contando boas histórias como poucos. O Caso Richard Jewell, de 2019, é seu trabalho mais recente e, como de costume, excelente. O roteiro de Billy Ray tem por base o livro de Kent Alexander e Kevin Salwen, bem como o artigo escrito por Marie Brenner. Estes, por sua vez, se inspiram na vida de Richard Jewell, vivido aqui de forma impressionante pelo pouco conhecido Paul Walter Hauser. Ele trabalhava como segurança durante as Olimpíadas de Atlanta, em 1996. Richard encontra uma mochila suspeita e, ao descobrir que a mesma estava cheia de explosivos, alerta as pessoas que estavam no parque durante um evento. Com essa ação, ele salva dezenas de vidas. No entanto, em pouquíssimo tempo, ele deixa de ser um herói e se torna o principal suspeito do atentado. O diretor abre espaço então para discutir o papel da imprensa, do governo e do FBI. Sem esquecer o fator humano, tema recorrente em sua obra, destacado nas figuras de Richard, de sua mãe (Kathy Bates) e de seu advogado (Sam Rockwell). Eastwood não brinca em serviço. Seus filmes são livres de gorduras e vão sempre direto ao ponto. Mesmo quando você já sabe o desfecho de tudo, como é o caso aqui, sua narrativa é envolvente e nos mantém ligados durante toda a duração do filme.
O CASO RICHARD JEWELL (Richard Jewell – EUA 2019). Direção: Clint Eastwood. Elenco: Paul Walter Hauser, Sam Rockwell, Kathy Bates, Jon Hamm, Olivia Wilde, Ian Gomez e Nina Arianda. Duração: 131 minutos. Distribuição: Warner.