Em 1994, uma modesta produção australiana revelou ao mundo o roteirista e diretor P.J. Hogan, as atrizes Toni Collette e Rachel Griffiths, bem como o Abba funcionando perfeitamente na trilha sonora. Estou falando da divertida comédia O Casamento de Muriel, que pegou todos de surpresa naquele ano. A ação inicia na pequena Porpoise Spit, fictícia cidade do interior da Austrália, onde somos apresentados a Muriel Heslop (Collette), uma jovem acima do peso (a atriz engordou 20 quilos para o papel), que veste roupas fora da moda, não tem amigos e passa o dia ouvindo canções do quarteto sueco. Tudo muda quando ela conhece Rhonda Epinstalk (Griffiths) e as duas decidem fugir para Sydney, onde ambas acreditam que realizarão seus sonhos. O de Muriel, em particular, tem relação direta com o próprio título do filme. Diz a lenda que o Abba, inicialmente, não permitiu que sua música fosse utilizada na obra, no entanto, o diretor ameaçou ir pessoalmente até a Suécia suplicar pela liberação. Isso fez com que a permissão fosse concedida, desde que a banda recebesse um percentual da bilheteria. O filme tornou-se um sucesso mundial e inspirou, anos depois, Björn Ulvaeus e Benny Andersson a criarem o musical Mamma Mia, que após longas temporadas nos teatros londrinos e americanos, virou também filme. Uma curiosidade: no mesmo ano, outro filme australiano ganhou o mundo tendo músicas do Abba na trilha, no caso, Priscilla, A Rainha do Deserto, que tem no elenco o ator Bill Hunter, que faz o pai de Muriel. Hunter trabalhou nos dois filmes simultaneamente.
O CASAMENTO DE MURIEL (Muriel’s Wedding – Austrália 1994). Direção: P.J. Hogan. Elenco: Toni Collette, Rachel Griffiths, Bill Hunter, Roz Hammond, Jeanie Drynan, Ban Wyllie, Gabby Millgate, Matt Day e Chris Haywood. Duração: 106 minutos. Distribuição: Top Tape.