Leo McCarey foi um dos grandes veteranos da era de ouro de Hollywood. Em 40 anos de carreira dirigiu mais de 100 filmes. De sua extensa filmografia, dois se destacam: Cupido é Moleque Teimoso, de 1937, que lhe deu o primeiro Oscar de direção; e O Bom Pastor, de 1944, que ganhou sete estatuetas, incluindo duas para McCarey, pela história original e direção. Com roteiro de Frank Butler e Frank Cavett, a partir de um argumento do próprio diretor, tudo gira em torno de dois padres: o jovem Chuck O'Malley (Bing Crosby) e o velho Fitzgibbon (Barry Fitzgerald). O primeiro tinha uma vida pregressa bem agitada. O segundo é extremamente conversador e comanda a paróquia há bastante tempo. O'Malley chega para substituir Fitzgibbon e o inevitável choque de gerações acontece. Até que algo maior modifica tudo. Com Crosby à frente do elenco, tinha que ter música para ele cantar. Mas, além disso, o filme lida com valores importantes e atemporais. E McCarey conduz sua narrativa de forma equilibrada e segura. O Bom Pastor ganhou também nas categorias de canção original (Swinging on the Star, composta por Jimmy Van Heusen e Johnny Burke), roteiro, ator coadjuvante (Barry Fitzgerald), ator (Bing Crosby) e filme. Uma curiosidade: pela primeira e única vez na história da Academia um mesmo ator, no caso, Barry Fitzgerald, recebeu duas indicações, tanto para a categoria de ator como também de ator coadjuvante. Para que isso não se repetisse, houve mudança na regra das indicações a partir daquele ano.
O BOM PASTOR (Going My Way - EUA 1944). Direção: Leo McCarey. Elenco: Bing Crosby, Barry Fitzgerald, Frank McHugh, James Brown, Gene Lockhart, Jean Heather, Porter Hall e Eily Malyon. Duração: 126 minutos. Distribuição: Paramount.