Quando o cinema aprendeu a falar no final da década de 1920, Hollywood, sempre pragmática, contratou escritores, dramaturgos e jornalistas para escreverem roteiros. Ao longo das duas décadas seguintes muitos deles se tornaram roteiristas, como foi o caso de Lillian Hellman, que havia escrito uma peça de sucesso e estreou como roteirista neste O Anjo das Trevas, dirigido em 1935 por Sidney Franklin. A base do filme é a peça homônima de Guy Bolton, adaptada por Hellman junto com Mordaunt Shairp. A história gira em torno dos inseparáveis amigos de infância Alan (Fredric March), Gerald (Herbert Marshall) e Kitty (Merle Oberon). Apesar de saber que tanto Alan como Gerald estão apaixonados por ela, Kitty decide ficar noiva do primeiro. Eclode a Primeira Guerra Mundial e os dois se alistam para lutar. Após uma perigosa missão, Alan fica cego e finge está morto para deixar o caminho livre para Gerald se casar com Kitty. No entanto, o destino costuma pregar algumas peças na vida das pessoas. O Anjo das Trevas não abre mão dos elementos do bom e velho melodrama e a direção de Franklin, aliada a um texto e elenco afinados, faz bom uso narrativo desses elementos, que são realçados pelos belos cenários, premiados com o Oscar de melhor direção de arte.
O ANJO DAS TREVAS (The Dark Angel - EUA 1935). Direção: Sidney Franklin. Elenco: Fredric March, Merle Oberon, Herbert Marshall, Janet Beecher, John Halliday, Henrietta Crosman e Frieda Inescort. Duração: 106 minutos. Distribuição: United Artists.