Carlos Eduardo Robledo Puch, aos 19 anos, no intervalo de poucos meses entre 1971 e 1972, tornou-se um dos maiores assassinos em série da Argentina. Preso desde então, a história de sua vida de crimes é contada com brilhantismo pelo roteirista e diretor Luis Ortega no impactante O Anjo. Ele, que iniciou sua carreira em 2002, havia realizado seis longas antes, além de alguns episódios de seriados para televisão de seu país. O Anjo é sua obra mais bem-acabada até o momento e, seguramente, lhe dará grande projeção. À frente do elenco temos o estreante Lorenzo Ferro, que interpreta magistralmente o belo jovem apelidado pela imprensa de "anjo da morte”, por conta de sua aparência angelical. Ao seu lado, outro jovem e talentoso ator portenho, Chino Darín, filho mais velho de Ricardo Darín. O melhor aqui é que Ortega não se limitou a escrever um roteiro enxuto e detalhado. Ele também caprichou na direção de arte, nos figurinos, na fotografia, na montagem e na trilha sonora. Sem esquecer a excelente escalação e direção do elenco. Tudo em O Anjo funciona a favor da narrativa imposta pelo cineasta. Nada está fora do lugar. Absolutamente, nada.
O ANJO (El Ángel – Argentina 2019). Direção: Luis Ortega. Elenco: Lorenzo Ferro, Chino Darín, Daniel Fanego, Mercedes Morán, Malena Villa, Luis Gnecco, Peter Lanzani e Cecilia Roth. Duração: 114 minutos. Distribuição: Pagu Pictures.