A carreira do cineasta americano Ari Aster é bem recente. Ela teve início em 2011, quando dirigiu seu primeiro curta. Com o lançamento de Hereditário, seu longa de estreia, que ele também escreveu, sua carreira tomou um novo rumo. Criou-se então uma grande expectativa em relação ao seu projeto seguinte. E Midsommar, da mesma forma escrito e dirigido por ele, não decepcionou os fãs. No Brasil, o filme recebeu o subtítulo de O Mal Não Espera a Noite. Mas vamos deixar isso de fora. Afinal, o título original já é forte e intrigante o bastante. Aster nos conta uma história com dois momentos bem distintos. O primeiro deles faz a clássica apresentação das personagens e se concentra em Dani (Florence Pugh), uma jovem que experimentou um forte trauma familiar. Ela é namorada de Christian (Jack Reynor), que junto com alguns amigos decide viajar ao interior da Suécia para participar de um festival de verão. Esta primeira parte faz uso de elementos recorrentes em filmes de terror. A partir da chegada ao território sueco as coisas começam a tomar um rumo completamente imprevisível e o suspense se instala com mais força. Seja pelos rituais presenciados, seja pela postura dos moradores do local. Midsommar é bem diferente de Hereditário. E isso prova que Aster é um autor consciente de sua obra e criativo o suficiente para não cair em armadilhas fáceis, como, por exemplo, repetir a fórmula do trabalho anterior que o projetou. Trata-se de um cineasta que merece nossa atenção.
MIDSOMMAR (Midsommar – EUA 2019). Direção: Ari Aster. Elenco: Florence Pugh, Jack Reynor, Will Poulter, William Jackson Harper, Archie Madekwe, Henik Norlén e Julia Ragnarsson. Duração: 147 minutos. Distribuição: Paris Filmes.