Hollywood, desde de 1950, tem tido sua verdadeira face mostrada por diretores como Billy Wilder, em Crepúsculo dos Deuses, ou Vincente Minnelli, em Assim Estava Escrito. De lá para cá, muitos outros cineastas exploraram o mesmo tema, porém, nenhum deles de maneira tão contundente quanto o canadense David Cronenberg em Mapas Para as Estrelas. O roteiro original escrito por Bruce Wagner é uma espécie de conto de fadas macabro sobre a "cidade dos sonhos". A Hollywood de Cronenberg é um lugar obcecado pela celebridade e pela fama. Até aí, nenhuma novidade. Esta é a noção que a maioria do planeta tem sobre a "meca do cinema". O que torna Mapas Para as Estrelas diferente é a maneira como o diretor expõe a fauna hollywoodiana. A trama se concentra basicamente em dois núcleos. De um lado, a família Weiss, comandada por Stafford (John Cusack), um autor de livros de autoajuda. Ele é casado com Cristina (Olivia Williams), que administra a carreira do filho Benjie (Evan Bird), um jovem astro de TV, recém-saído de uma clínica de reabilitação. A filha mais velha do casal, Agatha (Mia Wasikowska), reaparece depois de receber alta de um hospital psiquiátrico. Do outro lado, temos Havana (Julianne Moore), atriz filha de Clarice (Sarah Gadon), uma grande estrela do passado. O sonho dela é reprisar o papel que tornou sua mãe famosa. No meio destes dois núcleos surge a figura de Jerome (Robert Pattinson), um aspirante a ator que trabalha como motorista de limusine. Mapas Para as Estrelas é de uma acidez bem sufocante. Cronenberg não tem pudor em revelar os vícios, as mesquinharias e as tragédias pessoais de suas personagens. E o elenco responde à altura, em especial Julianne Moore, que ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes de 2014.
MAPAS PARA AS ESTRELAS (Maps to the Stars - EUA/Canadá 2014). Direção: David Cronenberg. Elenco: Julianne Moore, Mia Wasikowska, John Cusack, Robert Pattinson, Olivia Williams, Evan Bird e Sarah Gadon. Duração: 111 minutos. Distribuição: Paris Filmes.