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MAMMA ROMA

30 nov 2015 às 23:25

Antes de se tornar um homem das imagens, o italiano Pier Paolo Pasolini foi um homem das letras. Agitador cultural por opção e polêmico por natureza, ele alcançou a fama com seus poemas, ensaios e livros. O envolvimento com o Cinema se deu em 1954. Primeiro, através da autoria de alguns roteiros. A estreia como diretor veio sete anos depois, com Accattone. Já no ano seguinte, ele escreveu e dirigiu este Mamma Roma. Não seria nem um pouco exagerado afirmar que se trata de um filme fortemente marcado pela escola neorrealista. Porém, filtrado pelo olhar único e contestador de Pasolini. A primeira ligação com o famoso movimento italiano aparece na figura da atriz Anna Magnani, que interpreta o papel-título. Ela vive uma prostituta que tem dois objetivos bem claros: largar aquela vida e proteger dos perigos do mundo o seu filho Ettore (Ettore Garofolo, que nunca havia atuado e trabalhava como garçom, outro eco do Neorrealismo). Pasolini, um dos roteiristas de Noites de Cabíria, feito em 1957 por Federico Fellini, de uma certa forma, retoma aquele tema. Ou melhor dizendo, o atualiza. A visão de mundo do cineasta é crítica e carregada de desesperança nesta tragédia anunciada. E o flerte entre o profano e o sagrado, uma das características do artista, já se fazia presente aqui.

MAMMA ROMA (Mamma Roma - Itália 1962). Direção: Pier Paolo Pasolini. Elenco: Anna Magnani, Ettore Garofolo, Franco Citti, Silvana Corsini, Luisa Loiano, Paolo Volponi, Luciano Gonini e Vittorio La Paglia. Duração: 106 minutos. Distribuição: Versátil.


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