Peter Bogdanovich faz parte de um grupo de diretores que cresceu apaixonado por cinema. Aí você pode perguntar: mas um diretor de cinema não precisa ser apaixonado por cinema? É o ideal. Mas, nem sempre é assim. Antes de dirigir filmes, Bogdanovich foi ator e trabalhou como programador da sala de exibição do badalado Museu de Arte Moderna de Nova York, o MOMA. Neste período, ele ajudou a revitalizar as carreiras de John Ford e Howard Hawks, seguindo o exemplo dos franceses da Nouvelle Vague. Sua paixão pela Sétima Arte se fez notar, principalmente, quando ele começou a dirigir filmes. Sua principal marca consistia em "revisitar" com um olhar moderno, porém, respeitoso, o cinema de gênero da era de ouro de Hollywood. Não é diferente em Lua de Papel, quarto longa de ficção que ele realizou. O roteiro de Alvin Sargent tem por base o livro de Joe David Brown e conta uma história que se passa nos anos da Grande Depressão. Neste contexto, Moses (Ryan O’Neal) e Addie (Tatum O’Neal), se passam por pai e filha e vivem de aplicar pequenos golpes após a morte da mãe de Addie. Pai e filha na vida real, Bogdanovich aproveita a boa dinâmica entre os dois e homenageia aqui as comédias dos anos 1930 e 1940. O filme tem um clima nostálgico envolvente, ampliado pela bela fotografia em preto e branco e pela excepcional direção de arte. Lua de Papel foi indicado a quatro Oscar e ganhou apenas um, o de melhor atriz coadjuvante para Tatum O’Neal.
LUA DE PAPEL (Paper Moon – EUA 1973). Direção: Peter Bogdanovich. Elenco: Ryan O’Neal, Tatum O’Neal, Madeline Kahn, John Hillerman e Noble Willingham. Duração: 102 minutos. Distribuição: Paramount.