Após dois filmes de sucessos era de se esperar que a franquia da Pantera Cor-de-Rosa apresentasse novas continuações. Não foi bem isso o que aconteceu. Durante as filmagens de Um Tiro no Escuro o ator Peter Sellers e o diretor Blake Edwards se desentenderam bastante e juraram que nunca mais trabalhariam juntos. Curiosamente, quatro anos depois, quando o estúdio propôs a produção de um filme, os dois não puderam aceitar porque estavam fazendo, juntos, Um Convidado Bem Trapalhão. A opção foi então escalar um outro ator e, claro, um novo diretor para o projeto. Nasce aí Inspetor Clouseau, com direção de Bud Yorkin e trazendo Alan Arkin no papel principal. O roteiro, escrito pelos irmãos Frank e Tom Waldman, leva a ação para Londres, já que Clouseau é requisitado para ajudar a Scotland Yard. Lá, ele é sequestrado e levado para a Suíça onde os criminosos confeccionam uma máscara a partir de seu rosto a assaltar diversos bancos. A missão ganha então dois objetivos: provar sua inocência e prender os verdadeiros culpados. Inspetor Clouseau foi um "balde de água fria” para os fãs do famoso detetive interpretado nos dois filmes anteriores por Peter Sellers. Não por culpa de Alan Arkin, que até garante bons momentos, apesar de não ser tão brilhante quanto seu antecessor. No entanto, roteiro e direção não colaboram. E isso se refletiu na fraca bilheteria obtida. O jeito foi iniciar uma longa conversa com Sellers e Edwards e juntá-los novamente, sete anos depois, para A Volta da Pantera Cor-de-Rosa. Mas isso é outra história.

INSPETOR CLOUSEAU (Inspector Clouseau – EUA/Inglaterra 1968). Direção: Bud Yorkin. Elenco: Alan Arkin, Frank Finlay, Delia Boccardo, Barry Foster, Patrick Cargill, Beryl Reid, Clive Francis, Richard Pearson e Susan Engel. Duração: 96 minutos. Distribuição: MGM/UA.