O cineasta americano Wes Anderson vem construindo uma carreira e um estilo dos mais peculiares. Suas obras são carregadas de uma autoralidade tão forte que basta vermos uma simples imagem de qualquer filme seu para reconhecer sua marca. Anderson também se aventurou pela animação e Ilha dos Cachorros é a segunda delas. O roteiro, escrito por ele, tem por base uma história criada em conjunto com Roman Coppola, Jason Schwartzman e Kunichi Nomura. Tudo se passa em um Japão futurista. Lá, na cidade de Megasaki, o corrupto prefeito Kobayashi aprova uma leia que bane completamente os cães do local. Os animais são enviados para uma ilha vizinha, uma espécie de lixão. É neste contexto distópico que o jovem Atari, um garoto de 12 anos, chama seus amigos e decide resgatar seu cão Spots da ilha/prisão. O trabalho de animação é primoroso e, a exemplo de O Fantástico Senhor Raposo, experiência anterior no gênero, trata-se de um filme com apelo infantil, porém, com um apelo maior ainda para os adultos. Anderson disse ter se inspirado em Akira Kurosawa para compor sua narrativa. Não poderia ter buscado inspiração melhor.
ILHA DOS CACHORROS (Isle of Dogs – Alemanha/EUA 2018). Direção: Wes Anderson. Animação. Duração: 102 minutos. Distribuição: Fox.