Dono de uma filmografia vigorosa, o cineasta japonês Takeshi Kitano vem se destacando em muitas frentes desde sua estreia como ator, em 1980. Pouco tempo depois, começou a escrever roteiros e também a dirigir seus filmes. Uma de suas obras mais conhecidas é Hana-Bi - Fogos de Artifício, de 1997, escrito, dirigido e montado por ele e com ele à frente do elenco. Acompanhamos aqui a trajetória de Nichi (Kitano), um policial que enfrenta um momento bem delicado em sua vida. Ao mesmo tempo em procura vingança contra a Yakuza, que emboscou seu melhor amigo, ele, que é casado com uma mulher que enfrenta uma doença terminal, planeja viajar com a esposa para com isso, aliviar um pouco o sofrimento dela. O dilema de Nichi faz com que Kitano conduza seu filme no limite de dois mundos bem distintos. Violência e poesia. Morte e vida. Fogo e flor. Realidade e sonho. A habilidade do roteirista-ator-diretor em narrar essa história aparentemente desconexa é o que faz de Hana-Bi um filme que nos mantém o tempo todo impactados. Seja por conta de sua carga violenta ou por seu belo lirismo. O filme transita continuamente por caminhos conflitantes, porém, harmônicos. E isso gera no espectador um estado de quase hipnose que torna impossível desgrudarmos os olhos da tela.
HANA-BI - FOGOS DE ARTIFÍCIO (Hana-Bi - Japão 1997). Direção: Takeshi Kitano. Elenco: Takeshi Kitano, Susumu Terajima, Kayoko Kishimoto e Tetsuya Watanabe. Duração: 105 minutos. Distribuição: Versátil.