Garota 6, de 1996, foi o primeiro filme dirigido por Spike Lee sem que ele tenha escrito o roteiro. Trata-se do trabalho de estreia da roteirista e atriz Suzan-Lori Parks. Acompanhamos aqui a trajetória de Judy (Theresa Randle), uma jovem aspirante a atriz em Nova York que, para conseguir pagar as contas, começa a trabalhar em uma empresa de sexo por telefone, daí o título do filme. Ali ela pode exercitar seu talento artístico e, em pouco tempo, se torna a atendente que mais recebe ligações no serviço. Pode até parecer que Spike Lee tenha abandonado seu discurso político. Definitivamente, não é o caso. Ele apenas está mais sutil. A jornada da heroína dessa história é emblemática nesse sentido. Da primeira à última cena, que justamente funcionam como rimas visuais de um ciclo que se repete. A trilha sonora, composta por Prince, pontua otimamente a narrativa e há ainda, excelentes participações especiais de Quentin Tarantino, John Turturro, Madonna e Naomi Campbell. Quem achava que Spike Lee não se sairia bem ao trabalhar com material que não fosse originalmente seu, precisa ver Garota 6.
GAROTA 6 (Girl 6 – EUA 1996). Direção: Spike Lee. Elenco: Theresa Randle, Isaiah Washington, Spike Lee, Jenifer Lewis, Debi Mazar, Peter Berg, Michael Imperioli, Dina Pearlman e Gretchen Mol. Duração: 108 minutos. Distribuição: Fox.