Um filme que abre ao som da banda de rock Bauhaus, que aparece em cena cantando Bela Lugosi's Dead e traz no elenco os belos Catherine Deneuve e David Bowie como um casal de vampiros é, no mínimo, convidativo. Estou falando de Fome de Viver, estreia na direção de longas de ficção do diretor britânico Tony Scott, irmão caçula do cultuado cineasta Ridley Scott. O roteiro, escrito por Michael Thomas e Ivan Davis, tem por base o romance de Whitley Strieber e conta a história de Miriam Blaylock (Deneuve), uma mulher que vive em Nova York e para se manter bela ao longo dos séculos, ela suga o sangue de seus amantes. O atual é John Blaylock (Bowie), que apresenta sinais de envelhecimento acelerado. Isso deixa claro para Miriam que é hora de procurar um novo amante. Fome de Viver é um filme estiloso, glamouroso e muitos outros "osos" disponíveis. Scott vinha da publicidade e isso é visível no tratamento que ele dá a esta obra que mexeu com os paradigmas do gênero. Apesar da postura blasé de Miriam, há espaço aqui para a discussão de vários temas importantes. Em especial, na figura de John e no problema que ele enfrenta, que funciona como uma metáfora de nossa própria finitude. Pode-se dizer, sem sombra de dúvida, que Tony Scott estreou com pé direito.
FOME DE VIVER (The Hunger – Inglaterra 1983). Direção: Tony Scott. Elenco: Catherine Deneuve, David Bowie, Susan Sarandon, Cliff De Young, Dan Hedaya, Rufus Collins e Suzanne Bertish. Duração: 100 minutos. Distribuição: Warner.