Daniel Mann vinha de uma sólida carreira como diretor na Broadway e tinha em seu currículo passagem pelo famoso Actor's Studios, onde foi um dos primeiros professores de atuação. A estreia no cinema acontece com A Cruz da Minha Vida, de 1952. Eu Chorarei Amanhã, de 1955, é seu terceiro longa. O roteiro de Helen Deutsch e Jay Richard Kennedy é baseado no livro autobiográfico de Lilian Roth, escrito junto com Mike Connolly e Gerold Frank. No filme, ela é vivida pela atriz Susan Hayward. Desde criança, Lilian foi pressionada a seguir os passos de Katie Roth (Jo Van Fleet), sua famosa mãe. Apesar disso, tudo ia bem em sua vida até um trágico acontecimento. Isso faz com que ela comece a beber compulsivamente para superar aquela triste e infeliz situação. Mann é o tipo de diretor que sabe extrair o melhor dos atores com quem trabalha. Não é diferente em Eu Chorarei Amanhã onde se destaca, obviamente, o talento de Susan Hayward. E o filme, que tinha tudo para cair numa caricatura barata de uma mulher dependente do álcool, se sobressai pela (desculpe o trocadilho), sobriedade com que lida com o assunto. Na vida real, Lilian Roth foi a primeira pessoa a anunciar publicamente que fazia parte do Alcoólicos Anônimos. Em tempo: o filme recebeu quatro indicações, entre elas a de melhor atriz, mas, levou apenas uma, a de melhor figurino em preto e branco.
EU CHORAREI AMANHÃ (I’ll Cry Tomorrow – EUA 1955). Direção: Daniel Mann. Elenco: Susan Hayward, Richard Conte, Eddie Albert, Jo Van Fleet, Don Taylor, Ray Danton, Margo e Virginia Gregg. Duração: 117 minutos. Distribuição: MGM/Warner.