A trajetória de Peter Bogdanovich é uma espécie de sonho realizado de todo cinéfilo. Ele começou sua carreira ainda nos anos 1950 como ator. A paixão pela sétima arte fez dele um devorador assíduo de filmes, o que facilmente o levou a cuidar da programação cinematográfico do Museu de Arte Moderna de Nova York. A estreia como diretor, do mesmo jeito que muitos jovens de sua época se deu com a ajuda do lendário Roger Corman, que produziu Na Mira da Morte, em 1968. Porém, seus trabalhos mais conhecidos e importantes se concentram no período compreendido entre 1971 e 1976. Bogdanovich dirigiu obras que homenageavam e dialogavam com os filmes feitos na era de ouro de Hollywood. Essa Pequena é Uma Parada se enquadra bem nessa categoria. O roteiro, escrito por Buck Henry, David Newman e Robert Benton, a partir de uma história do próprio diretor, é uma comédia maluca, ou screwball comedy, como chamam os americanos.Tudo começa quando dois pesquisadores, Howard (Ryan O'Neal) e Eunice (Madeline Kahn), chegam em São Francisco para participarem de um congresso. Eles terminam se envolvendo com Judy (Barbra Streisand) e, daí em diante, é confusão atrás de confusão. A química que se estabelece em Streisand e O'Neal não poderia ser melhor. Além disso, Bogdanovich imprime um ritmo tão alucinante que, em alguns momentos, não conseguimos respirar direito por conta das contínuas gargalhadas. Em tempo: o título original do filme é uma referência à famosa frase do Pernalonga, que no Brasil recebeu a tradução de "o que é que há, velhinho?".
ESSA PEQUENA É UMA PARADA (What's Up, Doc? - EUA 1972). Direção: Peter Bogdanovich. Elenco: Barbra Streisand, Ryan O'Neal, Madeline Kahn, Kenneth Mars, Austin Pendleton, Michael Murphy, John Hillerman, Randy Quaid, Graham Jarvis e M. Emmet Walsh. Duração: 94 minutos. Distribuição: Versátil.