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ELIS

23 mar 2017 às 23:48

Quem acompanhou a carreira de Hugo Prata na MTV brasileira e na direção de dezenas de vídeos musicais não poderia imaginar um filme diferente para sua estreia como diretor de cinema. Este filme foi Elis, cinebiografia da cantora Elis Regina, que ele desenvolveu ao longo de quatro anos e finalizou em 2016. O roteiro, escrito pelo próprio Prata junto com Luiz Bolognesi e Vera Egito é bem ambicioso em sua proposta. Ele abarca aqui 20 anos da vida da gaúcha que se tornou uma das maiores intérpretes da música popular brasileira. Tudo começa exatamente quando Elis (Andréia Horta) chega ao Rio de Janeiro. Mais precisamente no dia seguinte ao golpe militar. Acompanhada do pai (Zécarlos Machado), ela sonha em gravar um disco e começar sua carreira profissional. Qualquer cinebiografia que tenta abranger um período muito longo da vida de quem está sendo destacado, costuma, na maioria das vezes, perder o foco. Não diferente aqui. Elis passa muito rapidamente ou até mesmo "pula" algumas passagens importantes da carreira da cantora e, ao mesmo tempo, demora além da conta em mostrar momentos que poderiam ter sido abreviadas. Apesar isso, a entrega de Andréia Horta é total e quando o filme acaba é impossível imaginar outra pessoa no lugar dela. Além da semelhança física, é visível o empenho e a dedicação que a atriz dispensou ao papel. Sem esquecer, claro, da excelente trilha sonora e da rigorosa reconstituição de época e da pequena, porém, marcante participação de Júlio Andrade interpretando o dançarino e coreógrafo Lennie Dale.

ELIS (Brasil 2016). Direção: Hugo Prata. Elenco: Andréia Horta, Caco Ciocler, Gustavo Machado, Lúcio Mauro Filho, Zécarlos Machado, Ícaro Silva, Isabel Wilker, César Trancoso, Rodrigo Pandolfo, Bruce Gomlevsky e Júlio Andrade. Duração: 110 minutos. Distribuição: Paris Filmes.


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