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DEUS É MULHER E SEU NOME É PETÚNIA

21 mar 2020 às 21:01

Confesso que sou atraído pelo título de um filme e por seu país de origem. Quando vi o cartaz de Deus é Mulher e Seu Nome é Petúnia, não tive dúvidas que o veria. Quando descobri que se tratava de uma obra da Macedônia, aí não tinha outra alternativa a não ser vê-lo imediatamente. Dirigido por Teona Strugar Mitevska e escrito por ela junto com Elma Tataragic, acompanhamos a rotina de Petúnia (Zorica Nusheva), uma mulher de 31 anos, solteira e desempregada. Ela mora com os pais em uma pequena vila na região de Stip, na Macedônia, onde todo dia 19 de janeiro acontece um ritual bastante singular. Nesse dia, um padre joga uma cruz no rio e centenas de homens mergulham para pegá-la. Diz a lenda que quem conseguir trazer a cruz terá um ano feliz e próspero. Coloque-se então no lugar de Petúnia e me responda o que você faria. Pois bem, ela fez. Pulou no rio e conseguiu pegar a cruz. Só tem um problema: a tradição diz que somente homens podem pular no rio. Mitevska parte de uma ação aparentemente simples e casual para discutir o papel da mulher na sociedade macedônica e, por tabela, na sociedade como um todo. Com um roteiro enxuto e ótimas sacadas visuais na condução da narrativa, Mitevska ainda dispõe do carisma de Zorica Nusheva no papel principal. Simplesmente impossível resistir ao charme dessa deusa.

DEUS É MULHER E SEU NOME É PETÚNIA (Gospod Postoi, Imetro i’ e Petrunija – Macedônia 2019). Direção: Teona Strugar Mitevska. Elenco: Zorica Nusheva, Labina Mitevska, Stefan Vujisic, Suad Begovski e Simeon Moni Damevski. Duração: 100 minutos. Distribuição: Pandora Filmes.


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