Quem poderia imaginar que um vilão criado por Rob Liefeld e Fabian Niciesa, em 1991, para uma aventura dos Novos Mutantes, da Marvel, e que, na verdade, era uma paródia de um outro vilão, o Exterminador, da editora rival DC Comics, fosse fazer tanto sucesso. Este é o caso de Deadpool, que com o passar dos anos se transformou de vilão em herói e depois em anti-herói. No cinema, ele apareceu pela primeira vez em X-Men Origens: Wolverine, de 2009. E apareceu muito mal, completamente descaracterizado. E claro, não agradou ninguém. Ou melhor, aquele filme, como um todo, não agradou mesmo. Mas, algo bom saiu dali. O ator Ryan Reynolds, que o interpretou, desde então deu início a uma ação pessoal para trazê-lo novamente às telas de maneira decente. Sete anos depois o esforço resultou neste Deadpool, dirigido pelo estreante Tim Miller e novamente com Reynolds no papel principal. Porém, desta vez, as coisas foram feitas da maneira certa. E os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick capturaram o espírito das melhores HQs desta figura singular. O Deadpool dos quadrinhos é amoral por excelência. Não fica calado um segundo sequer e tira sarro de tudo e de todos. Além disso, ele rompe continuamente a quarta parede, ou seja, interage com o público. Este filme solo traz todas essas características já a partir dos créditos de abertura, por si só, um espetáculo hilariante, assim como o filme inteiro. Se você acha que já viu tudo que era possível ver em um filme de super-herói, é melhor se preparar para Deadpool. Ele fará você rever seus conceitos.
DEADPOOL (Deadpool - EUA 2016). Direção: Tim Miller. Elenco: Ryan Reynolds, Morena Baccarin, Gina Carano, Brianna Hildebrand, Ed Skrein e T.J. Miller. Duração: 108 minutos. Distribuição: Fox.