O cineasta holandês Paul Verhoeven vinha de uma sólida carreira de 25 anos em seu país quando dirigiu, em 1985, Conquista Sangrenta, primeira produção falada em inglês de sua filmografia e que abriu as portas de Hollywood para ele. Com roteiro dele próprio, escrito junto com Gerard Soeteman, a ideia nasceu de insatisfação do diretor com as histórias que via passadas na Idade Média. Isso fez com que Verhoeven nos levasse ao ano de 1501 na Europa Medieval bem no período da peste negra que se espalha pelos países. A ação gira em torno de um grupo de mercenários liderado por Martin (Rutger Hauer), aliado do nobre Arnolfini (Fernando Hilbeck), que luta para recuperar seu castelo. Mas por não receber o pagamento prometido, Martin se volta contra Arnolfini, sequestram sua futura nora Agnes (Jennifer Jason Leigh) e invadem a fortaleza do ex-aliado. Há em Conquista Sangrenta muitos dos elementos recorrentes na obra do diretor. As filmagens, feitas na Espanha, foram tensas, especialmente, entre Verhoeven e Hauer, que brigavam bastante por diferenças em relação ao desenvolvimento da trama. Violento, escatológico, sangrento, amoral e hipnótico, temos aqui um cineasta de narrativa ímpar e em pleno domínio de seu ofício. Depois deste filme, a Idade Média nunca mais foi a mesma.
CONQUISTA SANGRENTA (Flesh + Blood – Holanda/Espanha/EUA 1985). Direção: Paul Verhoeven. Elenco: Rutger Hauer, Jennifer Jason Leigh, Tom Burlinson, Jack Thompson, Fernando Hilbeck, Susan Tyrell, Bruno Kirby e Brion James. Duração: 126 minutos. Distribuição: MGM/Fox.