Inspirado na odisseia de Ulisses, o escritor americano Charles Frazier publicou, em 1997, o romance A Montanha Gelada, que transporta a saga criada por Homero para o período da Guerra Civil Americana. Seis anos depois, o cineasta britânico Anthony Minghella roteirizou e dirigiu Cold Mountain (não me pergunte a razão de o título nacional ter mantido o nome original). A história gira em torno do soldado Inman Balis (Jude Law) e seu retorno para casa após o fim do guerra. Ele sonha reencontrar sua Ada (Nicole Kidman), que cuida da fazenda deixada por seu pai com a ajuda da amiga Ruby (Renée Zellweger). A viagem de volta é carregada de lembranças e de encontros pelo caminho. Um deles, em particular, se destaca: o que Inman tem com a viúva interpretada por Natalie Portman. O maior problema de Cold Mountain é ser acadêmico demais. Não há grandes surpresas. Tudo é muito bonito, da fotografia aos cenários e figurinos. O elenco também se sobressai, em especial, o de apoio, onde além da já citada Natalie Portman, temos Renée Zellweger em grande desempenho, inclusive premiada com o Oscar de melhor atriz coadjuvante. O mesmo não pode ser dito do casal principal. A temperatura da química entre Jude Law e Nicole Kidman é próxima de zero. O que, convenhamos até tem relação com o gelo que dá título à obra.
COLD MOUNTAIN (EUA 2003). Direção: Anthony Minghella. Elenco: Jude Law, Nicole Kidman, Renée Zellweger, Natalie Portman, Brendan Gleeson, Philip Seymour Hoffman, Giovanni Ribisi, Donald Sutherland e Ray Winstone. Duração: 154 minutos. Distribuição: Buena Vista.