Há quem diga que Cavalo de Guerra é um dos filmes mais fracos dirigidos por Steven Spielberg. Não que seja uma obra perfeita. Existem alguns problemas aqui. Mas estamos bem distantes de um filme fraco. Spielberg é um diretor que domina como poucos a narrativa cinematográfica e jamais faria algo ruim. E no caso de Cavalo de Guerra temos muito mais acertos do que erros. A começar pela ausência quase completa de efeitos digitais. Com exceção de três segundos que poderiam colocar em risco a vida do cavalo, tudo o mais no filme é prático, ou seja, aconteceu diretamente no set de filmagem. Inclusive a famosa cena do arame farpado. O roteiro de Lee Hall e Richard Curtis utilizou duas fontes: o livro de Michael Morpurgo e a peça de Nick Stafford. A história gira em torno do jovem Albert (Jeremy Irvine) e Joey, o cavalo que seu pai compra em um leilão. Ambos desenvolve uma forte amizade que é interrompida pela Primeira Guerra Mundial. Joey é levado pela Cavalaria britânica e Albert não pode se alistar por conta de sua idade. Acompanhamos a trajetória dos dois ao longo de alguns anos e os muitos obstáculos que precisam superar. Spielberg confere a emoção certa para cada cena. Isso nos deixa envolvidos desde o início. Eu, sinceramente, adoraria que todo filme "fraco” fosse assim. Em tempo: apesar de ter utilizado 14 animais diferentes para dar vida a Joey, o principal deles foi Finder’s Key, o mesmo que havia interpretado Seabiscuit: Alma de Herói oito anos antes.
CAVALO DE GUERRA (War Horse – EUA 2011). Direção: Steven Spielberg. Elenco: Jeremy Irvine, Peter Mullan, Emily Watson, Niels Aresturp, David Thewlis, Tom Hiddleston, Benedict Cumberbatch, Celine Buckens, Eddie Marsan e Toby Kebbell. Duração: 146 minutos. Distribuição: Buena Vista.