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BOI NEON

31 dez 2016 às 00:05
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Eu costumo dizer que o melhor cinema feito no Brasil a partir do início dos anos 2000 vem do Nordeste. Em especial, de Pernambuco. Nomes como Cláudio Assis, Marcelo Gomes e Kleber Mendonça Filho tem agora mais um colega no time de grandes cineastas pernambucanos: Gabriel Mascaro. Ele iniciou sua carreira em 2009, com o documentário Um Lugar ao Sol. Três anos depois fez outro documentário, Doméstica. E em 2014 estreou em longas com Ventos de Agosto. No ano seguinte, foi a vez de Boi Neon, seu segundo longa e o filme que lhe deu projeção nacional e internacional. Com roteiro do próprio Mascaro, acompanhamos aqui a rotina de Iremar (Juliano Cazarré) nos bastidores das vaquejadas onde trabalha. Apesar da aparência rude e do serviço pesado que tem, Iremar gosta de criar roupas, desenhando-as sobre os corpos nus de mulheres que posam para revistas pornôs. Mais uma vez repito: não se deixe levar pelas aparências. Boi Neon não trata de crise de identidade ou dúvida em relação à orientação sexual. A questão de gênero é bem definida. O que o filme coloca em debate é justamente o contraste entre homem e meio, expectativa e desejo. É daí que vem a força desta obra que parece até não falar nada, mas, no fundo trata de tudo. E o faz com bastante humanidade e poesia.

BOI NEON (Brasil 2015). Direção: Gabriel Mascaro. Elenco: Juliano Cazarré, Maeve Jinkings, Josinaldo Alves, Roberto Berindelli, Marcelo Caetano, Samya De Lavor, Alyne Santana, Carlos Pessoa, Abigail Pereira e Vinícius de Oliveira. Duração: 101 minutos. Distribuição: Imovision.

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