O escritor belga Georges Simenon é mais lembrado por sua criação maior, o comissário Maigret. No entanto, a obra dele é bem mais vasta e encontrou campo fértil no cinema e na televisão. O diretor francês Claude Chabrol levou duas delas para a tela grande. Em 1982, Os Fantasmas do Chapeleiro, e dez anos depois este Betty: Uma Mulher Sem Passado. Chabrol sabe adaptar bem qualquer história. Mesmo tendo participado da criação da Nouvelle Vague, ele soube mesclar como poucos as propostas estéticas do revolucionário movimento cinematográfico ao rigor da estrutura clássica. Com isso, atingiu um patamar que seus colegas não conseguiram alcançar. Betty: Uma Mulher Sem Passado conta a história da personagem título, vivida pela atriz Marie Trintignant, uma jovem que perdeu o rumo na vida e bebe demais. Certo dia, ela conhece Laure (Stéphane Audran), uma rica mulher que a leva para seu hotel, onde Betty fará o relato de sua traumática história. Os talentos combinados de Simenon e Chabrol só poderia mesmo resultar em um filmaço como este. O resto, é papo furado.
BETTY: UMA MULHER SEM PASSADO (Betty - França 1992). Direção: Claude Chabrol. Elenco: Marie Trintignant, Stéphane Audran, Jean-François Garreaud, Yves Lambrecht, Christiane Minazzoli, Pierre Vernier e Thomas Chabrol. Duração: 104 minutos. Distribuição: Versátil.