Mel Gibson estava há dez anos sem dirigir um filme. Ele que, desde o início dos anos 1990 vinha exercendo as funções de ator e diretor teve sua carreira abalada por conta de problemas pessoais e algumas declarações inadequadas. Passado este período, digamos assim turbulento de sua vida, ele retoma aos poucos o controle da situação voltando a atuar e também a dirigir. Até o Último Homem marca este retorno atrás das câmeras. O roteiro, escrito por Robert Schenkkan e Andrew Knight, se inspira na vida de Desmond Doss, interpretado aqui por Andrew Garfield. Desmond foi o único soldado condecorado com a Medalha de Honra do Congresso sendo um Opositor Consciente, ou seja, lutou na Segunda Guerra Mundial, na Batalha de Okinawa, no Japão, sem pegar em armas. Não matou ninguém e salvou dezenas de vidas. Gibson já revelou em outros trabalhos ser um diretor de mão segura. Não é diferente aqui. Mesmo recorrendo a alguns clichês do gênero, há uma construção corretíssima da personagem de Doss, bem como das demais que o cercam, o que, no final das contas faz toda a diferença. Até o Último Homem ainda nos reserva seqüências de combate bem realistas, uma das marcas registradas do diretor.
ATÉ O ÚLTIMO HOMEM (Hacksaw Ridge - Austrália/EUA 2016). Direção: Mel Gibson. Elenco: Andrew Garfield, Vince Vaughn, Teresa Palmer, Sam Worthington, Luke Bracey, Hugo Weaving, Rachel Griffiths e Ryan Corr. Duração: 140 minutos. Distribuição: Diamond Films/Netflix.