O cineasta catalão Jaume Collet-Serra vem se notabilizando em dois gêneros bastante populares: o terror e o suspense. Seu estilo econômico tem chamado a atenção dos grandes estúdios e com Águas Rasas ele se superou. O roteiro de Anthony Jaswinski é um primor de construção de personagem e apresenta Nancy (Blake Lively) tão bem que tudo o que acontece em cena faz sentido. E olha que ela enfrenta sozinha um grande tubarão branco. Além disso, a direção precisa de Collet-Serra pontua ao longo da projeção as questões necessárias para observarmos e entendermos o contexto por inteiro. Isso faz toda a diferença. Apesar da improbabilidade da história, as situações são construídas de maneira tão crível dentro da premissa apresentada que fica difícil não comprar o que nos é mostrado. Também não posso esquecer de destacar o desempenho mais que convincente de Blake Lively, sozinha em 95% do tempo do filme. Além disso, o diretor se revelou muito criativo na maneira como inseriu o uso das novas formas de comunicação via celular na trama. Simplesmente um belo achado narrativo. Tubarão, de Steven Spielberg, continua reinando absoluto como o melhor filme de tubarão da história. Mas Águas Rasas, mesmo não sendo uma obra-prima do calibre da de Spielberg, é digna, sem dúvida alguma, de uma menção honrosa.
ÁGUAS RASAS (The Shallows – EUA 2016). Direção: Jaume Collet-Serra. Elenco: Blake Lively, Óscar Jaenada, Angelo Josué Lozano Corzo, Brett Cullen e Sedona Legge. Duração: 86 minutos. Distribuição: Sony.