O americano Stanley Kramer teve uma sólida carreira com produtor e diretor durante quase 40 anos em Hollywood. É verdade que produziu o dobro do que dirigiu, no entanto, em qualquer uma dessas funções, deixou sua marca artística. Acorrentados, de 1958, seu terceiro longa atrás das câmaras, foi também produzido por ele. O roteiro original de Harold Jacob Smith e Nedrick Young (premiado com o Oscar da categoria), nos apresenta Joker Jackson (Tony Curtis) e Noah Cullen (Sidney Poitier). Os dois são prisioneiros e não nutrem simpatia alguma um pelo outro. Até que o ônibus que os está levando para o presídio sofre um acidente e eles fogem presos pela mesma corrente. Daí o título brasileiro. Com o implacável xerife Max Muller (Theodore Bikel) no encalço dos foragidos, eles precisam superar suas diferenças para sobreviver. Acorrentados discute a estupidez do racismo de maneira direta, a partir da dupla central. Curtis e Poitier defendem seus papéis com a habitual competência, o esperado carisma e nos conduzem por um arco de transformações pessoais bastante convincente. Além do já citado Oscar, o filme ganhou também na categoria de fotografia em preto e branco. Prêmio merecido para o belíssimo trabalho de Sam Leavitt.
ACORRENTADOS (The Defiant Ones – EUA 1958). Direção: Stanley Kramer. Elenco: Tony Curtis, Sidney Poitier, Theodore Bikel, Charles McGraw, Lon Chaney Jr., Claude Akins, Whit Bissell e Cara Williams. Duração: 96 minutos. Distribuição: Paragon.