Roman Polanski nasceu em Paris, se criou na Polônia, terra natal de seus pais e, anos depois, se radicou novamente na França. Na ativa desde 1955 como roteirista, ator, produtor e diretor, ele construiu uma sólida carreira. Autor de quase todos os seus trabalhos, Polanski, depois de ter adaptado a peça Deus da Carnificina, em 2011, onde trabalhou com apenas quatro atores, ele volta agora com uma experiência mais radical ainda. Em A Pele de Vênus, baseado na peça de David Ives, que por sua vez se inspira no livro A Vênus das Peles, de Leopold Von Sacher-Masoch, publicado em 1870. Este livro foi o primeiro a narrar nos mínimos detalhes, uma relação de total submissão e servidão. Não por acaso, é de Masoch que vem a palavra "masoquismo". Polanski escreveu o roteiro junto com Ives e visita outra vez um terreno familiar em sua filmografia. São apenas dois atores em cena, Vanda (Emmanuelle Seigner, mulher do cineasta na vida real) e Thomas (Mathieu Amalric). Ela é atriz e ele é diretor. No momento, ele prepara uma nova peça, baseada no livro de Sacher-Masoch. Vanda tenta convencê-lo de que é a pessoa certa para o papel. Polanski nos conduz em A Pele de Vênus por uma trama carregada de tensão e entrega a Emmanuelle Seigner o melhor e mais difícil papel de sua carreira. E ela não decepciona neste intenso jogo de poder e sedução.
A PELE DE VÊNUS (La Vénus à La Fourrure – França 2013). Direção: Roman Polanski. Elenco: Emmanuelle Seigner e Mathieu Amalric. Duração: 96 minutos. Distribuição: Califórnia Filmes.