Quando um filme abre com a frase "baseado em uma história real", confesso que sinto um arrepio na espinha. Claro que histórias reais podem gerar ótimos filmes. Não é esta a questão. O problema é quando isso é usado como muleta narrativa. Explico melhor: quando o diretor faz valer essa informação para nos envolver dramaticamente com uma história que já é naturalmente dramática. É mais ou menos isso o que acontece em A Condenação, dirigido pelo ator Tony Goldwyn. O roteiro, escrito por Pamela Gray, se inspira em um fato ocorrido em uma pequena cidade do estado de Massachusetts, nos Estados Unidos. Kenny Waters (Sam Rockwell) é o suspeito número um de qualquer crime que ocorra na região. Certo dia, uma mulher é assassinada e ele é preso e condenado à prisão perpétua. Sua irmã, Betty Anne Waters (Hilary Swank), acredita que seu irmão é inocente e decide estudar Direito para defendê-lo como advogada. Isso já bastaria para compor uma trama carregada de elementos como coragem, força de vontade e superação. Infelizmente, como destaquei no início do texto, faltou sutileza ao diretor. A história de A Condenação é boa e merece ser vista, porém, carece de um alguém que saiba contá-la melhor.
A CONDENAÇÃO (Conviction – EUA 2010). Direção: Tony Goldwyn. Elenco: Hilary Swank, Sam Rockwell, Melissa Leo, Minnie Driver, Thomas D. Mahard, Owen Campbell e Conor Donovan. Duração: 129 minutos. Distribuição: Vinny Filmes.